Meu primeiro lar sempre teve planta, chá e verdura fresquinha. Lá tinha abraço e comida caseira, tinha bichinho e tinha irmão pra brincar. Meu primeiro lar sempre foi integral, inteiro. Quente e confortável como coberta em noite chuvosa, permitiu que eu sentisse a importância da rede que nos une a tudo, seja animado ou inanimado, como tudo nos faz, e ajudamos a fazer tudo.
sábado, 10 de dezembro de 2016
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Das cinzas
Quando a vida se avermelha e arde, parece que vai nos incinerar. Vem fogo, a gente se torna carvão (imóvel, inerte, o fim). Sem onde estar e o que fazer, voltamos ao solo. Tocamos o solo, estamos o solo. Ali, sem aparente energia, aprendemos que cinza é adubo. E, aí, o verde nos acontece de novo.
domingo, 4 de dezembro de 2016
Ah!
Se arriscar
Em se fazer estar.
Que seja na nota Fá
Ou se doar a alguém lar.
Se arriscar
Ser e se transformar.
Selvagem como o mar
Ou na sua também calma.
Sem se riscar,
O simples escutar.
E, quando se apalpar,
Se sentir na ponta do guiar.
O que será
Que depois chegará?
Já esqueci de lembrar
De viver sempre agora.
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Parto
A gente nasce, recebe, cresce, constrói-se, doa, faz crescer, constrói; algo nos chama a um novo nascimento, a gente transita, vai embora, e recomeça. Tudo importa. Tudo passa. E, pra isso, há um tempo. Pro desejo, arquitetura e paciência.
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Coirmão
você, tampouco.
Tenho a pele como guia,
e você a tem como estrela.
Já rimos e brincamos.
Hoje, cantamos as mesmas canções.
Entoamos melodias que
nos encontraram em momentos diferentes.
Notas nos fazem espelho.
Olhares que nos fazem laço.
Agora, abraço
e você consegue sorrir
genuinamente,
ingenuamente.
Então,
siga ainda mais próximo.
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
Mudança
Chegou o dia em que a alegria a encontra e você consegue recebê-la.
terça-feira, 12 de julho de 2016
Construção viva
de desejos alheios,
tampouco morrerei assim.
E, nessa névoa, cabe a mim
descobrir o que me molda
e, principalmente,
o que me move.
quarta-feira, 6 de julho de 2016
segunda-feira, 9 de maio de 2016
awareness
Agora, percebo que me conheço.
E sorrio comigo.
E descubro que isso não é pecado.
E me potencializo.
E rio.
E fluo - sem sina.
sexta-feira, 1 de abril de 2016
muda
terça-feira, 8 de março de 2016
CULPADA
Baleia!
Você, por ser menina, precisa ajudar a sua mãe.
Vai sair sem nenhum batonzinho?
Não seja fácil.
Que short curto!!!
Pensei que você tivesse afim de mim...
Ela ficou com poucos; então, vou namorar.
Você precisa aprender a cozinhar.
Hum... Já pode casar!
Não passe por ali.
Não ande sozinha.
Não more sozinha.
Se sorrir, ele vai achar que está dando mole.
Para a mulher, é feio não casar virgem.
Você precisa fazer as unhas toda a semana.
"Mulher que não dá voa".
"Vai, novinha".
Quem não depila parece uma macaca.
Você bebe?!!!
É ridículo ver uma mulher no barzinho bebendo.
Homem fumando é feio, mas mulher...
Também... Ela pediu!
A mulher deve ser dócil, paciente e entender os erros do marido.
É o sexo frágil.
Quero uma mulher para cuidar de mim.
Ela que não conseguiu mudá-lo.
Ele precisa casar... Ter alguém que cuide da casa, roupas e comida.
Como essas frases construíram suas crenças e condutas, sua vida, suas dores e adoecimentos?
Quantas podas foram destrutivas e não potencializadoras?
Quantas tarefas que você cumpre que não são suas ou não deveriam ser exclusivamente suas?
Quanto lhe ensinaram a buscar uma aparência física e moral impecável?
Quantos pecados foram seus sem você cometê-los?