sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Lar - nem sempre o mesmo.

Perde aquele que amanhece sempre com o mesmo olhar, que não olha pela janela ou não se permite encontrar nova paisagem. Perde aquele que tende a ver o horizonte estático e não reconhece cores novas. Perde aquele que só reclama da chuva e não admira o cinza e as formas do céu. Perde aquele que se irrita com o calor e não observa o tocar do azul com o amarelo. Perde aquele que foge do novo que nos encontra a cada manhã.

02 MUND05

Tire os chinelos e entre.
Venha me conhecer.
Beba o café que fiz do jeito que gosto,
pouco açúcar e muito pó.
Que você o estranhe,
mas tome dele.

Que eu te estranhe,
toque,
escute,
aprecie,
reconheça
o que há
(ou não)
de mim em você
e que eu me estranhe,
mude,
permita.

Pense a minha voz,
sinta os meus olhos,
leia a minha história,
veja os meus cortes,
colha as minhas maçãs.
Coma delas e digira,
transforme em energia,
faça parte do que você é.

Que sejamos dois estranhos.
Que sejamos um.
Que sejamos outro(s).

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Por Fé

Eu vim foi de lá,
onde o verde prevalece
e o sustento vem do chão.

Desde pequena,
o "fóta" a cantar eu ouvi
o hinário alemão.

Ele dizia
daquele vento e do Pai,
e de quem nos fez cristão.

Saber promovia:
que de fé é que se vive,
junto com todo irmão.

Não conhecia
algo assim na cidade
ao chegar nesse mundão.

Sim, me perdia,
mas o pertencer descobri
com ar de reinvenção.

domingo, 2 de agosto de 2015

Sobre uma manhã c'alma

O pequeno me toca. O símbolo alegra ao surpreender. Nada, silêncio, palavras humildes, voz e violão. Não me interesso por poesia de fábrica, tons em larga escala. Não é preciso muito pra me surpreender, mas é preciso alma para tocar a alma.