sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Lar - em versos bem simples

Entrando pela porta,
ainda não era lar.
Havia muita coisa
mais a organizar.

Fui abrir as janelas
para o vento entrar;
ensinar com panelas;
ao lado, caminhar.

Livros junto aos meus.
Músicas ao violão.
Meus pés com os seus
dividindo edredom.

Amanhecer ao mar.
De manhã, nosso café.
Brindar o nosso luar
e nascer nossa fé.

Há muito a saber,
muito a desejar.
Contigo vou aprender
mais e mais a sonhar.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Brasa

- Revitaliza, por favor, minha esperança!? E me vem o Encontro dizendo que ainda há pele, coração e bons destinos aos homens.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Opúsculo

Do que me resta de luz ao fim do dia - refletindo. Do que me faz silêncio - ressoando. Que a noite chegue com sua restauração.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

R O M P E R

Nenhum nove! Está levando a carteira? Olha o relógio!!! Deve dar o exemplo. Disso me é feito o temor. Mas venho a teimar o querer. Quero que a libido me venha, o devaneio invada, que eu pire! Que eu também seja desejo. Eu já sei dirigi-lo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Elipse

Houve um tempo de bochechas rosadas e sonhos coloridos. Nessa época, bruxas e fadas conviviam debaixo de uma mesma jabuticabeira. Lá, aprendi a construir famílias e ninar bonecas. Dava a elas o melhor da minha feira de flores e de meu coração. Foi um momento em que a bicicleta era meu temor volante e não havia príncipe que fizesse me render à coragem. Mas não havia temor suficiente que me impedisse de andar sobre duas rodas. Foi um bom tempo! E, como vivemos em elipse, um amor me encontrou debaixo da minha jabuticabeira.

domingo, 6 de julho de 2014

Aliança

A agenda enche o peito de descompassos e o calendário anestesia a cabeça. Apesar disso, uma leveza gostosa me invade. Expectativa é meu nome. Sobrenome? Há de haver!

sábado, 12 de abril de 2014

E

"a morte vive aqui do lado, só que a gente não vê" (Maltz) 
E, de repente, ela vem. Surpreende. Em um rápido movimento, coloca-nos em pleno caos. E, quando se vai, só nos resta o vazio. Aos poucos, desloca para o passado. Aquele livro que nem sequer sabíamos ler, aquela dança que nos fazia rodar, aquele sorriso que nos fazia sorrir. Mas já não somos os mesmos e não temos o que tínhamos. Vemos a necessidade de reinventar caminhos para não permanecer à margem. Pedimos aos céus respostas, procuramos o que pode haver de novo... E, confesso: olhamos para trás... Porque não podemos negar quem nos deu vida, ensinou passos, ofereceu abrigo. E seguimos, pois há de se seguir. Caminho... Sinais, curvas... E continuidade.

terça-feira, 11 de março de 2014

Ao ofício

Ah... Como eu queria viver das palavras! Ops. Eu já vivo. Não escritas, nem cantadas, mas ouvidas. Palavras em ponte, em metamorfose, em rompimento, em devir. Símbolos, sentidos. Nas mãos pintadas, no abraço em afago, no vínculo. Instrumento com sua gramática... ou não. Feeling. Insigth. Em qualquer língua: das letras, dos sons, dos traços, do corpo, do olhar.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Tua Canção

Adormeci com teus dedos em meu cabelo. Chegou aos sonhos um amor de bigode. Cuia na mão, afeto à pele, e uma ponte. A traves(si)a.

AQUELA

Quando o despir da carne e o despedir das defesas da alma dançam em par, os acordes se embebedam de sentidos.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Entre caixas

Nos últimos dias, revisitei-me. Vi letras pequenas, trêmulas, frágeis; encontrei rabiscos de modelos de roupas e hábitos; acabei por me deparar com sonhos mirabolantes; e descobri o quanto eu já gostava do lápis. Consegui ser terceira de mim. Reencontrei afetos e percebi que trajetos distintos foram cursados. Foi difícil, mas entendi em um desenho a necessidade de descobrir outra relação. Foi para o lixo o que não tem mais função. Doei aquilo que já não é mais meu. Ao fim, abri espaço para o reencontro. Encontrar o que ficou, o que não é mais, assustar-me se preciso, e reorganizar-me.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Outra autoria

"Eu quero família,
quero fortuna de alegria.
Quero você, os pequenos e nós.
Quero uma sombra na praia,
mergulho em água clara
e que você sempre sorria."


Presente em letra por Jonas Alberto de Oliveira Luzia

Do Segundo Capítulo

Ah! Como me lembro daquele dia! Quando fecho os olhos, ainda parece tudo colorido, tudo vivo.
A despedida apressada dos meus pais, o subir  das escadas, a tensão. Não sabia como agir, mas sabia o que sentia.
O telefone tocou. Era ele. Palavras desorganizadas saíram de mim, e, felizmente, não acabaram com a cor.
Agora, eu estava à espera dele. Perfume e maquiagem da forma mais singela que consegui: eu não queria máscaras.
O telefone tocou novamente.
Olhei pela janela e um "é ele" saiu da minha boca.
Corri. Abri e fechei porta, portão, esperanças e sentimentos. Desci degrau por degrau num ritmo forçosamente normal - não queria parecer aflita, ansiosa.
Usei a última chave e lá estava ele ao meu lado esquerdo.
Camiseta lilás. Bermuda jeans. Tênis. Não havia óculos! Diferente.
O cabelo agora harmonizada o rosto, que tinha tomado feições de homem.
Só um pensamento me acontecia: Como te quero!
E ele parecia corresponder.
Um abraço prometido, um beijo tímido e uma breve conversa. Eu já não queria fugir.
Mas, quando a distância entre nós se estreitou, minha boca fugiu.
Porém, no instante seguinte, não havia relutância, só entrega. Entregue.
Havia também um cheiro adolescente de camomila, sorrisos que permaneceram, magia. Muita magia!
Abraços e olhares diziam o mesmo:
- Agora é pra SEMPRE!


Letras, linhas e ritmos escritos em 01/02/2010.