sábado, 16 de fevereiro de 2019

Enfins

Quero estar onde ainda não moro, estar onde os sonhos estão, estar onde os pés anseiam em chegar, estar onde as folhas do outono estão no chão. Quero ver o sol, as flores e o sol passarem de novo e de novo, porque é tão bonito olhar no espelho e ver o quanto envelheço.
Bonito também é olhar meu corpo e ver tantas marcas: anos, tesouros, passagens, euforias, pessoas, notícias, rancores, surpresas, dúvidas, sempre incertezas com suas dores e moveres, imagens, sabores, principalmente cheiros, e toques - muitos toques, olhares, "Alices", suspiros, nuvens - iguais e diferentes, canetas e lápis, cadeiras e muros, conversas, roletas, calores, medos e enfins.

(Madrugada de 04 de fevereiro de 2011)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Vazio

E quando uma história termina?
Mesmo dura, parecia que nos preenchia.
E agora? Como lidar com isso?
No meu peito, parece que algo falta.
Não sei qual placa me guiará.

É hora de sentir o nada?
Por que ansiar logo preencher?
Talvez precise deixar que uma ponta surja.
Assim, redesenhar os passos.
Não é tão racional e imediato.

Mas intermediário.
Meio.
Vazio.
Caminho livre.
Por enquanto, sem cruzamento, bifurcação ou saída.