segunda-feira, 12 de abril de 2021

Das Coisas

Difícil distinguir se as habito ou se elas me habitam. Moro nas coisas e elas em mim. Acolho meu corpo entre elas, que dançam suas nuances junto com meus fluidos; eu as acolho, e elas me tocam, vibram e movem. O que me circula me inunda. O que vejo nunca é; o que conheço invade.


Onde fica o limite entre o meu território e o das coisas?

f l u i r

Hoje, ainda insisti em bater o peito na onda. E ela me levou, me salgou os olhos e me fez desentender.

Ainda trépida, cheguei à areia e, de longe, olhei o mar. Lá estavam as ondas grandes; estava também um homem, franzino e sorridente. Vi o seu corpo entre as águas - fluindo, dançando, deixando... Ele estava ali. Simples. Só.

Talvez um dia eu também saiba só estar. 

Amarelou

Acendi,

Iluminei,
Queimei,

E teimei.

Me espalhei.

Acho que amarelei.