sábado, 22 de dezembro de 2018

Minha primeira oração

Diga o que quer de (para) mim; eu não sei. Mas eu sinto que não é mais o mesmo. Sinto tudo tão novo como livro que se abre e as páginas ainda se grudam, e que guarda em cada página - sem marcas de dedos ou dobras - uma descoberta.
Eu me sinto, de novo e de novo, no lugar onde minhas mãos ainda eram pequenas; porém, sinto de forma diferente: não tenho mais (tanto) medo das ondas ou de não alcançar o fundo com os pés, não tenho vergonha de cantar ou dançar acompanhando a música, já sei que não posso tudo mesmo podendo muito, já sei que (que bom!) não sei de tudo.
Agora, estou a dançar e a cantar embaixo das ondas. Um pouco de pavor, outro de alegria, e um tanto de esperança me enchem.
Neste momento, peço: se já chega a hora de voltar a algum ponto da superfície, aponta a direção.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Tela

O céu me encanta.
De manhã, ele esquenta e se abre,
Pinta várias cores até se tornar azul.
No fim do dia, suas cores se mesclam.
Num minuto, está azul;
Noutro, amarelo;
Laranja;
Rosa;
Roxo.
O céu é uma transição linda.
Todo dia, ele se encerra,
Nos acolhe,
Nos recomeça.