sábado, 10 de dezembro de 2016

Um

Meu primeiro lar sempre teve planta, chá e verdura fresquinha. Lá tinha abraço e comida caseira, tinha bichinho e tinha irmão pra brincar. Meu primeiro lar sempre foi integral, inteiro. Quente e confortável como coberta em noite chuvosa, permitiu que eu sentisse a importância da rede que nos une a tudo, seja animado ou inanimado, como tudo nos faz, e ajudamos a fazer tudo.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Das cinzas

Quando a vida se avermelha e arde, parece que vai nos incinerar. Vem fogo, a gente se torna carvão (imóvel, inerte, o fim).  Sem onde estar e o que fazer, voltamos ao solo. Tocamos o solo, estamos o solo. Ali, sem aparente energia, aprendemos que cinza é adubo. E, aí, o verde nos acontece de novo.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Ah!

Se arriscar
Em se fazer estar.
Que seja na nota Fá
Ou se doar a alguém lar.

Se arriscar
Ser e se transformar.
Selvagem como o mar
Ou na sua também calma.

Sem se riscar,
O simples escutar.
E, quando se apalpar,
Se sentir na ponta do guiar.

O que será
Que depois chegará?
Já esqueci de lembrar
De viver sempre agora.