quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Do Segundo Capítulo

Ah! Como me lembro daquele dia! Quando fecho os olhos, ainda parece tudo colorido, tudo vivo.
A despedida apressada dos meus pais, o subir  das escadas, a tensão. Não sabia como agir, mas sabia o que sentia.
O telefone tocou. Era ele. Palavras desorganizadas saíram de mim, e, felizmente, não acabaram com a cor.
Agora, eu estava à espera dele. Perfume e maquiagem da forma mais singela que consegui: eu não queria máscaras.
O telefone tocou novamente.
Olhei pela janela e um "é ele" saiu da minha boca.
Corri. Abri e fechei porta, portão, esperanças e sentimentos. Desci degrau por degrau num ritmo forçosamente normal - não queria parecer aflita, ansiosa.
Usei a última chave e lá estava ele ao meu lado esquerdo.
Camiseta lilás. Bermuda jeans. Tênis. Não havia óculos! Diferente.
O cabelo agora harmonizada o rosto, que tinha tomado feições de homem.
Só um pensamento me acontecia: Como te quero!
E ele parecia corresponder.
Um abraço prometido, um beijo tímido e uma breve conversa. Eu já não queria fugir.
Mas, quando a distância entre nós se estreitou, minha boca fugiu.
Porém, no instante seguinte, não havia relutância, só entrega. Entregue.
Havia também um cheiro adolescente de camomila, sorrisos que permaneceram, magia. Muita magia!
Abraços e olhares diziam o mesmo:
- Agora é pra SEMPRE!


Letras, linhas e ritmos escritos em 01/02/2010.

Um comentário:

  1. Kelly,

    Descrever essa fase mágica da vida é sempre gratificante! Pelo menos é o que eu acho. A juventude é intensa e olha o futuro com os olhos da eternidade. Quando anela o presente, vê nele sonhos, projeções, palpitações que a maturidade já não permite sentir. Parabéns pelo texto de quase três anos!

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