sábado, 28 de dezembro de 2013

Embrião

Era março de 2004. Era o primeiro dia do curso preparatório para o vestibular. Ela estava apreensiva, pois nunca havia estudado em outra Escola que não a de sua cidadezinha. Ele trazia seu violino e algumas esperanças. A moça entrou e buscou uma carteira vaga. A aula já havia iniciado e a sala estava lotada, porém, conseguiu se acomodar. Não parecia estar muito confortável, visto o número excessivo de alunos e a pequenez dos espaços individuais, mas passou a aula inteira naquele local. O rapaz, que estava bem disposto desde o começo das lições, estreou um desconforto. A pessoa que havia se sentado atrás dele, insistiu em futucá-lo com o joelho durante a noite toda. Ao fim da aula, decidiu virar-se e perguntar o que havia com o ou a colega para perturbá-lo tanto. Quando dirigiu-se a carteira traseira, não conseguiu "tirar satisfações". Ele olhou com encanto, ela corou e sorriu, depois, cumprimentou, e ele não soube muito bem o que falar e lhe perguntou: Você gosta de violinistas? A menina não entendeu nada e riu. Naquela data, ele sonhou com o sorriso e ela desejou novamente aqueles olhos. Ou foi o inverso? Acho que mútuo.

2 comentários:

  1. Kelly,

    Gostei de conhecer esta outra habilidade sua: a de escrever contos sintéticos. Tem tudo a ver com o seu estilo, sempre conciso e intenso. Claro, o conto é tudo de bom.

    Um grande abraço.

    Carlos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ei, Carlos!

      Esse "estilo" que tenho descobrido quando escrevo talvez seja coisa de capricorniano: tímido, mas com um mundo colorido dentro de si.

      Abraço forte!

      Kelly

      Excluir