Vem ao longe. Ameaça invadir a cidade e o meu corpo em grandes
ondas. Sugere que tirará meus pés do chão. Intimida-me, amedronta-me. Deixa-me
sem rumo. Faz com que eu questione como proceder. Será melhor que eu me solte?
Não, não... eu não permito. Decido fugir. Perco-me no caminho, não sei mais o
que fazer. Sinto-me sem controle. Percebo que nenhum porto é seguro neste
momento. Tento continuar. Tropeço. Voltando a estar de pé, olho para o alto e
vejo uma montanha. Correndo, vou até ela. Subo, estou no alto. Mas, de repente,
há água e sal por todos os lados. Estou a salvo, porém, aprisionada. E,
agora?
Olá, Kelly!
ResponderExcluirQue bom que você postou mais um texto. Como sempre, intenso e sintético, como os poderosos átomos.
Sentimentos intensos às vezes nos arrebatam como um tsunâmi devastador, água e sal que tudo cobrem, mas que recuam, retornando ao seu estado de latência quando vem a calmaria.
Parabéns!
Ei, Carlos!!!
ExcluirSeu comentário me fez lembrar de um texto de Freud (http://areas.fba.ul.pt/jpeneda/Pulsao.pdf) e pensar no quanto nossos processos fisiológicos e psicológicos se aproximam em sua lógica dos demais fenômenos naturais. Obrigada pelos elogios e reflexões.
Abraços!