terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Água e Sal

Vem ao longe. Ameaça invadir a cidade e o meu corpo em grandes ondas. Sugere que tirará meus pés do chão. Intimida-me, amedronta-me. Deixa-me sem rumo. Faz com que eu questione como proceder. Será melhor que eu me solte? Não, não... eu não permito. Decido fugir. Perco-me no caminho, não sei mais o que fazer. Sinto-me sem controle. Percebo que nenhum porto é seguro neste momento. Tento continuar. Tropeço. Voltando a estar de pé, olho para o alto e vejo uma montanha. Correndo, vou até ela. Subo, estou no alto. Mas, de repente, há água e sal por todos os lados. Estou a salvo, porém, aprisionada. E, agora?

2 comentários:

  1. Olá, Kelly!

    Que bom que você postou mais um texto. Como sempre, intenso e sintético, como os poderosos átomos.

    Sentimentos intensos às vezes nos arrebatam como um tsunâmi devastador, água e sal que tudo cobrem, mas que recuam, retornando ao seu estado de latência quando vem a calmaria.

    Parabéns!

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    1. Ei, Carlos!!!

      Seu comentário me fez lembrar de um texto de Freud (http://areas.fba.ul.pt/jpeneda/Pulsao.pdf) e pensar no quanto nossos processos fisiológicos e psicológicos se aproximam em sua lógica dos demais fenômenos naturais. Obrigada pelos elogios e reflexões.

      Abraços!

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