sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Labirinto

As carteiras ortopédicas, instrumentos do fascismo imperante, perturbam-me a alma, transcendem minha calma, mas fazem-me sonhar. Sonho com o dia em que a gestão não se disfarçará e se importará com a liberdade. Afinal de contas, de que serve a sabedoria se não para dar asas de borboleta aos homens? Mas cortam-me e cortam-te as asas, cortam-nos as penas caídas, sofridas ou não. Como dessa forma podemos sonhar? Só se sonharmos, ou melhor, pensarmos sonhar com aquilo que nos impuseram como anseio. E de novo pergunto: de que serve a sabedoria? Não podemos pensar nem escolher! Se continuarmos assim, o que a educação irá significar? Se os nossos significantes não são significados e se o que tomamos como nosso é tomado de nós, "isto" não terá sentido algum, ficará no 'isto". E, se tratarmos este "isto" como qualquer produto moderno das fábricas ou para as fábricas, simplesmente, iremos também consumir a educação, largando na lata do lixo o que "disto" sobrou.

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