sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Calor

Pele: por ela passam percepções . Sem sentido, sinto. Mas quem precisa de sentido para sentir? Quem precisa de razão? Adoro a desrazão quando você está em mim, pois a mistura mexe com a mente. Nesse momento, tudo tem gosto e cheiro de menta. Chocolate! Camomila! E quando há chuva, o cheiro se intensifica e o calor também. A pele queima e teima em querer um pouco mais... Mais e mais, como música boa, como boa dança que é contínua. Baila e beija-se, gela-se a espinha e volta a esquentá-la: Calor! Calor que volta, fica, satisfaz, faz feliz e vai para voltar, nunca termina, pois onde há mina há ouro... ouro que brilha, faísca como o fogo que esquenta a Pele.

2 comentários:

  1. Beautiful.

    A pele é nosso órgão de contato, inventa nossos cheiros e nos permite o toque, o abraço, a percepção das coisas em seu estado mais puro e real.

    E é da nossa necessidade de aproximação com o outro que afirmamos nossa própria existência, e a pele nos permite perceber que a vida tem profundidade e contorno... cheiro e textura...

    Assim, a pele é também nosso espelho, nos mostra a passagem do tempo, um campo fértil para a manifestação de sentimentos, arquétipos, desejos, também repulsas.

    Texto maravilhoso esse seu.
    Fantástico.
    De uma beleza aterradora.

    Bebi essa poesia sentindo-a na minha própria pele.

    Meu Olá Kelly.

    E desculpa pela invasão a casa.
    Gostei da arrumação dos sentidos nessa tua estante.

    =)

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